Tardigrada

on sexta-feira, 17 de abril de 2009

Os seres extremófilos encontram-se um pouco por todo o mundo e são seres que apresentam tipicamente uma elevadíssima resistência a uma determinada situação extrema, por exemplo os extremófilos psicrófilos têm a capacidade de resistir a consideravelmente reduzidas temperaturas, por vezes próximas do 0 absoluto.
De entre o vasto número de extremófilos ao nível mundial destacamos um, a tardigrada. Este ser encontra-se ao longo de todo o planeta, literalmente. Desde o alto dos Himalaias até ao mais profundo dos oceanos. Assim sendo é fácil compreender que estes seres são pluriextremófilos, ou seja, possuiem várias resistências a condições intensamente adversas, como as elevadas pressões, reduzidas temperaturas, elevadas temperaturas, entre outros. A sua reistência é especialmente elevada quando estas estão num estado de latência, a criptobiose.

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Tardigradas ao microscópio

Celacanto



Quando se fala em fósseis-vivos, referir o celacanto é quase uma obrigatoriedade.
Este peixe, originário do período Devoniano, desapareceu dos mapas há cerca de 65 milhões de anos na mesma época em que os dinossauros foram extintos. Para mais, o celacanto era até usado como prova da teoria da evolução das espécies pois acreditava-se que os membros da ordem Coelacanthiformes, do qual o celacanto faz parte, teriam rastejado até terra, estando na origem dos vertebrados terrestres no qual se inclui o próprio ser humano. Tudo isto foi deduzido com base nos fósseis de celacanto encontrados.

Mas recentemente, a 23 de Dezembro de 1938, o que parecia completamente impossível aconteceu. No Oceano Índico, mais propriamente em Madagáscar, um grupo de pescadores apanhou um peixe diferente de todos os que tinham pescado até aí. Esse peixe era na verdade um celacanto, animal que se considerava extinto há 65 milhões anos. Foi logo considerado o achado do século e proclamado um fóssil vivo. A 21 de Dezembro de 1952, nas ilhas Comores, foi identificado mais um espécimen de celacanto e, desde então, mais de 200 exemplares foram descobertos nas imediações das ilhas. Afinal, ao longo destes milhões de anos, o celacanto sempre existiu e nunca esteve extinto como se pensava, mas, como habita as profundezas do Oceano, nunca tinha sido encontrado até então. Este é um exemplo concreto dos segredos que o fundo do mar ainda nos esconde e o facto é que, no resguardo da escuridão do oceano ainda permanecem certamente muitos outros por desvendar.

O celacanto constituiu assim um marco muito importante para as pesquisas na zona afótica e, apesar de estar em perigo iminente de extinção (o que não quer dizer nada, visto que até era considerado extinto há pouco tempo atrás), mesmo que desapareça já foi muito útil pois permitiu deitar por terra as teorias que o consideravam um dos seres que acabou por originar os vertebrados terrestres. Afinal, é apenas mais um peixe na imensidão do Oceano.